segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Memórias..


As memórias voltaram como uma avalanche, todas elas, e notei quão pouco ele mudara desde a ultima vez que nos vimos. Como eu, ele vestia jeans, camiseta gola pólo e suas botas de cowboy estavam desgastadas. De algum modo aquele visual de fazenda lhe dava um charme rústico. Seu cabelo estava mais curto, mas ele ainda tinha as pintas no rosto que eu sempre adorara.
Ele balançou a cabeça, como tentando aclarar a mente, então apertou os olhos novamente. Quando finalmente se convenceu que eu não era uma miragem, partiu em minha direção e abriu a porteira. Momentos depois, senti seu abraço quente e acolhedor. Por um segundo, era como se nada tivesse mudado entre nós.  Quis que aquele abraço nunca tivesse fim. Mas quando ele se afastou, quebrou a ilusão e nos tornamos estranhos outra vez. O rosto dele fazia a pergunta que eu tinha sido incapaz de responder durante todo aquele tempo.
“O que você está fazendo aqui?”
E eu disse:  “Não sei.Só precisava vir.”
[Byanca de Freitas Oliveira]